Centrais sindicais esto fazendo de tudo para garantir a permanncia dos benefcios aos comercirios

Governo vai recuar em mudanas no seguro-desemprego

O governo j admite reservadamente que vai ceder s centrais sindicais e rever parte das mudanas nas regras do seguro-desemprego que endureceram o acesso ao benefcio trabalhista.

Segundo a Folha apurou, a equipe da presidente Dilma chegou concluso de que, sem alteraes, a medida provisria que restringiu o benefcio no ser aprovada no Congresso Nacional.

Assessores presidenciais disseram reportagem que, diante da reao contrria de lideranas sindicais, a estratgia era fazer concesses durante a fase de tramitao da proposta no Legislativo.

Agora, aps declaraes do ministro Joaquim Levy (Fazenda) avaliadas pelo Palcio do Planalto como infelizes, a equipe de Dilma acredita que pode ser obrigada a sinalizar mais concretamente o que ir mudar na prxima reunio com as centrais sindicais, em 3 de fevereiro.

Na semana passada, em Davos (Sua), Levy chamou de "ultrapassado" o modelo do seguro-desemprego, o que irritou sindicalistas e at assessores de Dilma.

Seu colega Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidncia) divulgou nota no sbado (24) classificando o seguro-desemprego como "clusula ptrea" dos direitos dos trabalhadores.

O prprio Levy reconheceu internamente no governo que no foi feliz em suas declaraes. Ele defende mudanas no sistema, mas sem retirar direitos trabalhistas.

JOVENS
Segundo a Folha apurou, o governo pode mudar o perodo de carncia para concesso do benefcio na primeira solicitao feita pelo trabalhador. As centrais sindicais consideram que essa regra prejudica principalmente jovens num perodo da economia em que deve haver alta de desemprego nesta faixa.

Pelas regras definidas pela equipe econmica, a carncia subiria de 6 para 18 meses nos ltimos 24 meses trabalhados na primeira solicitao do benefcio. No segundo pedido, o prazo passou de 6 para 12 meses nos ltimos 16 meses trabalhados. Na terceira, foi mantida a carncia de seis meses.

O governo tambm props mudanas no abono salarial, no seguro-defeso (pago a pescadores no perodo de proibio da pesca) e na penso ps-morte.

Lanado no fim de 2014, o pacote de mudanas em benefcios trabalhistas e previdencirios visa economizar R$ 18 bilhes neste ano para reequilibrar as contas pblicas. So R$ 9 bilhes apenas com o seguro-desemprego.

Presidente da Fora Sindical, Miguel Torres diz que mudar s a carncia do seguro-desemprego no "suficiente". Ele tambm defende ajustes no seguro-defeso e na penso ps-morte.

Presidente da CUT, Vagner Freitas defende mudanas em todas as medidas.

As centrais esto organizando manifestaes contra as propostas, classificadas por elas de conservadoras.

Fonte: Folha de S.Paulo

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