Trabalho sem carteira assinada e por conta prpria supera pela 1 vez emprego formal em 2017, aponta IBGE

O nmero de pessoas que trabalham por conta prpria ou em vagas sem carteira assinada superou o daqueles que tm um emprego formal pela primeira vez em 2017. o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). O ndice de desemprego encerrou 2017 em 11,8%, com 12,3 milhes de pessoas desocupadas.

O ano de 2017 se encerrou com 34,31 milhes de pessoas trabalhando por conta prpria ou sem carteira, contra 33,321 ocupados em vagas formais. Em 2016, cerca de 34 milhes trabalhavam sob o regime de CLT, contra 32,6 milhes ocupados em vagas sem carteira assinada ou como autnomos.

O avano do trabalho sem carteira e por conta prpria mostra o crescimento da informalidade na economia. O chamado por conta prpria uma categoria que inclui profissionais autnomos, como advogados e dentistas, mas tambm trabalhadores informais, como vendedores ambulantes.







O ano de 2017 foi marcado pela recuperao da economia e pela reduo do nmero de desempregados. O Brasil chegou a somar 14,176 milhes de desempregados em maro, nmero que caiu para 12,3 milhes em dezembro, de acordo com dados do IBGE. Em dezembro de 2017, o pas tinha 1,67 milho de pessoas a mais trabalhando por conta prpria ou contratado sem carteira,

A qualidade do emprego no melhorou, uma vez que a maioria dos empregos no possui carteira assinada, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na contramo da queda do desemprego, 2017 encerrou com o menor nmero de pessoas empregadas com carteira assinada desde 2012- so 33,32 milhes. O pice do emprego formal foi em 2014, com 36,6 milhes de trabalhadores empregados sob o regime CLT. Entre 2014 e 2017, 3,3 milhes de vagas formais foram fechadas, apontam os dados do IBGE.

(Os novos trabalhadores) So pessoas que trabalham por conta prpria ou entraram no mercado sem garantias trabalhistas. No h nenhum indcio de recuperao dos empregos com carteira assinada, disse Azeredo.

Os dados do IBGE esto em linha com os nmeros divulgados na semana passada pelo Ministrio do Trabalho, que mostrou o fechamento de vagas com carteira assinada em 2017 pelo terceiro ano seguido.

Emprego sem carteira assinada

No final de 2012, havia 10,97 milhes de trabalhadores sem carteira. Esse nmero foi recuando gradativamente at 2016, quando voltou a crescer e chegou a 10,51 milhes. No quarto trimestre do ano passado, no entanto, esse contingente aumentou de novo e atingiu 11,11 milhes de pessoas.

Conta prpria
Alm de quem trabalha sem carteira, tambm contribuiu para o aumento da informalidade a quantidade de trabalhadores por conta prpria. No final de 2012, o trabalho por conta prpria envolvia 20,61 milhes de pessoas. Em 2017, passou para 22,7 milhes " ou 25% do total de trabalhadores, de acordo com o IBGE.
O aumento da participao desta categoria no mercado de trabalho se deu em funo do aumento de 2,2 milhes de trabalhadores nesta forma de insero em relao a 2012. Em relao a 2014, foi observado um crescimento de 1,4 milho nesta forma de insero, afirmou, em nota.

Mariana Sola e Eduardo Silva so paulistanos e comearam a vender brigadeiro nas ruas da capital em 2016. Um ano depois, eles conseguiram reconquistar alguns hbitos de consumo que haviam abandonado em meio recesso. No entanto, permanecem com marcas da crise e ainda lutam para virar a pgina completamente.

Mariana, por exemplo, ainda est procurando emprego com carteira assinada. Enquanto isso, a soluo tocar o prprio negcio, em mais um exemplo de empreendedorismo por necessidade que ganha fora no Brasil.
Nem todo trabalhador por conta prpria informal. A categoria inclui tambm os microempreendedores individuais (MEIs), que so pequenos empresrios formais. A estimativa oficial de que existem 7,8 milhes de MEIs cadastrados no pas, mas no h dados sobre quantos deles esto ativos.

Domsticas
Em 2017, tambm cresceu o nmero de empregadas domsticas: de 5,97 milhes no final de 2012, subiu para 6,41 milhes no ltimo trimestre do ano passado. Na avaliao do coordenador da pesquisa, esse no um bom sinal.

Empregos domsticos no exigem qualificao especial e tambm no contribuem em nada no que se refere a polticas pblicas, uma vez que boa parte desses trabalhadores no contribui para a Previdncia. Esse tipo de emprego uma forma de sobrevivncia e isso mais que compreensvel. Mas, a longo prazo, isso no bom nem para o trabalhador, nem para o pas.

Fonte: G1

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